segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Napoleão

Em uma manhã fria....





Quando acordamos e damos um "bom dia" à vida, não sabemos exatamente o que acontecerá nas próximas horas, embora tenhamos planejado várias coisas para fazer...
Um telefonema logo às 6:30h nos tirou completamente da rotina daquele dia... Um cachorrinho atropelado em uma grande avenida precisava de nossa ajuda.
E lá fomos nós, toalha em punho, resgatar o bichinho.
Até hoje nos perguntamos o que fazia lá, no canteiro central da Radial leste, uma via de trânsito rápido aqui da capital de São Paulo, naquela madrugada. Deitado na via, com muitas dores, em um lugar super perigoso, ele gania. Jogamos a toalha na sua cabeça e, com a ajuda de um rapaz que passava, conseguimos tirá-lo da via e levá-lo para a calçada.
Quis a providência divina que conseguíssemos uma carona bem rápido, e o levamos no veterinário. Nervoso, com muitas dores, ele tentava morder a todo instante. Improvisamos uma maca e o colocamos no porta-malas do carro.
Na clínica, o diagnóstico: fraturas na perna e no quadril. Solução: cirurgia para retirada da cabeça do fêmur e muito repouso.
Na confecção da ficha, a pergunta: o nome? "Napoleão", foi a resposta rápida, saída não se sabe de onde, mas que se mostrou a mais acertada.












Napoleão é um cachorro guerreiro, pois sobreviveu e se recuperou plenamente da cirurgia. Também é valente e determinado, muito carinhoso e bem feliz.

Acreditamos que existem anjos que cuidam dos animais, e também que eles são seres em evolução e precisam passar por algumas experiências para que sua existência se complete.

Não sabemos porque conseguimos salvar alguns, e outros não. Sentimos muito quando não podemos dar assistência a algum, quando chegamos tarde e os perdemos. E são tantos, precisando de ajuda!

Quando falamos da necessidade de castração e da posse responsável, nos baseamos nos milhares de seres que vivem perambulando pelas ruas, correndo riscos de vida e mendigando por carinho e alimento.

Quando falamos em consciência, queremos dizer que as pessoas precisam saber que os animais são seres sencientes, que sentem e sofrem, como qualquer ser... E ficam alegres, tristes, sentem saudade pela falta e alegria pelo reencontro.
Mas ficamos muito felizes quando observamos Napô, todo contente e lampeiro, brincando e correndo. Quase não se percebe o problema que tem na patinha. O olhar assustado deu lugar a um olhar doce e carinhoso...

Se ele tinha um tutor, não sabemos. Se foi abandonado, se fugiu... Com eles, aprendemos que sempre há um novo começo e que é possível uma nova vida, apesar das adversidades passadas...

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Peggy Regina

Um dia...


Estava sozinha, em uma gaiola, em um petshop dessa cidade grande.
Ao vê-la, a paixão foi imediata e avassaladora. Mas havia um problema: a Arca já não está lotada? A solução estava em uma ligação para a irmã.
"Você não quer uma cachorrinha bem peludinha e bonitinha? A coisinha mais linda..."
E lá se foi Peggy Regina, recém batizada, para a nova casa.



Uma bolinha peluda, muito quietinha e comportada... Mas, uma filhote!! E logo se revelou a maior bagunceira... Alegre e espoleta como qualquer bebê, roeu, mordeu, aprontou... Seus dentinhos pontiagudos não davam sossego para Vitória, a netinha da irmã. Sem condições de criá-la, foi posta para doação novamente.


Mas a paixão era grande e tomamos para nós a iniciativa de cuidarmos dela, antes da doação. Levada à veterinária, o prognóstico: "Ela não vai ficar muito grande...". E foi vacinada e castrada no tempo certo. Não havia pressa em doar aquele ser minúsculo.


Mal sabíamos que ia ficar pequena no tamanho, mas enorme em energia e alegria. E na coragem: sem noção do seu tamanho, briga de igual para igual com o Bob, o mestiço de doberman e com quem mais lhe der na telha.


Acolhida na Arca, logo se integrou à rotina e soube conquistar o seu espaço...
Seu lugar favorito é a mesa do computador, onde dorme enquanto teclamos. Entre uma frase e outra, entre um carinho e outro em sua pelagem macia, ela permanece, plácida, enquanto refletimos sobre a sorte de tê-la encontrado, naquele dia e percurso que nunca havíamos feito. Quando saímos de casa, desconhecíamos os desígnios de Deus para nós naquele dia.


















Se vamos doá-la? Ganha um doce quem adivinhar!!!!





sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Caminhos


Eles chegam com seus pequenos cobertores, conduzidos por pessoas que os acolheram e que têm em seus corações a esperança de terem feito o certo, escolhendo a família que os respeitará, amará e cuidará deles até o fim de suas vidas... Uma vida que, esperam, seja digna e repleta de aprendizados, que eles levarão para a eternidade...



























Ou das ruas, resgatados em péssimo estado. Doentes, atropelados, deprimidos, assustados... De sua história, nada sabemos, mas isso não é mais importante do que o seu momento presente e da necessidade do seu resgate. Podemos supor as privações pelas quais passaram e os mal tratos que sofreram por pessoas sem consciência. Mas sabemos que amor e paciência curam muitas feridas, em seus corpos e suas almas.
Ou ainda jogados por cima dos muros, sem nenhum contato prévio, nas madrugadas... O que faz com que uma pessoa faça isso? Queremos acreditar que são movidas por bons sentimentos e que querem um bom lar para eles. Seria melhor que agissem abertamente, mas seres humanos também são seres em evolução e não podemos nos esquecer disso...

Ou velhinhos cegos e surdos, sem que saibamos como foram parar nas ruas, pois quase não andam mais... Descartados? Fugitivos? Depois da indignação, a certeza de que, se eles vieram parar aqui, algum propósito existe. Mesmo que não saibamos. Mas não sabemos tudo e precisamos aprender a confiar e ter fé nos desígnios de Deus...












E são recolhidos com muito amor...
Depois do susto e da preocupação inicial, vamos com calma apresentando o novo membro à família. Um exame rápido, à procura de pulgas e carrapatos. Um prato de ração, um pote de água. Depois a visita na veterinária, as vacinas, a castração... E a procura de novos tutores, pois a Arca está lotada e tem um limite para o próprio bem estar dos habitantes...

Os filhotes, mais bonitos e fofinhos, conseguimos doar com facilidade, depois de castrados e vacinados. E lá se vão, com seus cobertores e nossa esperança de uma vida melhor para eles... E deixam muitas saudades, daquelas que marejam nossos olhos na lembrança de suas traquinagens...

Os adultos vão ficando e são acomodados da melhor maneira possível. No geral, se dão bem e as brigas não são frequentes. Pequenas rusgas são controladas imediatamente, para que não tomem proporções maiores e catastróficas.

Essim a Arca caminha... Um oásis de vida nesse mundo nem sempre são...

(Esse é um tributo aos que por aqui passaram e se foram, para outras casas ou outras vidas, mas que permanecem para sempre em nossos corações. Saudades da Vida, Lili, Jóia, Nícholas, Maya, Baby, Lady, Jade, Mel, Pitizinha...).

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Um lar para Olívia


Olívia é uma mestiça de boxer muito simpática e dada.
De sua vida pregressa, nada se sabe. Apareceu assim, em uma construção, triste que dava dó. Quando presa, chorava dia e noite. Quando solta, caminhava saltitante pelas ruas, abanando o rabo para todos que encontrava, brincando com os outros cachorros da vizinhança. Várias pessoas a alimentavam pelo portão e, não raro, traziam-na de volta e a fechavam novamente. Não era o ideal, pois não havia proteção para ela na obra, mas pelo menos ela não corria o risco de ser atropelada ou envenenada.
Muitas pessoas gostavam e se preocupavam com ela. Logo uma corrente foi feita para que ela fosse adotada. Antes de divulgá-la, era necessário que fosse vacinada e castrada, o que se fez. Graças a uma veterinária maravilhosa, ela ficou uma semana na clínica, depois de castrada.
Voltou para a obra, com uma casinha e edredon novos.
Mas não ficou nem um dia mais naquele lugar insalubre: uma das vizinhas quis ficar com ela.
E lá se foi Olívia para a vida nova...
Há de ser muito feliz, a querida Olívia!!!